Francisco Guterres, “Lú-Olo”, foi eleito presidente de Timor-Leste, com o candidato apoiado pelos dois maiores partidos timorenses (Fretilin e CNRT) a recolher 57.08% dos votos segundo dados da STAE que terão de ser ainda aprovados pela CNE.
Estas foram as primeiras eleições nacionais que autoridades timorenses organizaram sem a assistência da ONU.
A pedido das autoridades timorenses, a União Europeia esteve presente com uma equipa de observadores. A chefe da missão de observação, a eurodeputada basca Izaskun Bilbao Barandica, apresentou uma primeira análise provisória do ato eleitoral, sublinhando a normalidade e o respeito pelos procedimentos que marcaram todo o processo. “As autoridades eleitorais demonstraram a capacidade de organizar as suas primeiras eleições sem apoio externo, de forma transparente e com garantias em todas as etapas do processo, do registo, ao voto e contagem”, disse em conferência de imprensa.
Entre as áreas que podem ser melhoradas, a eurodeputada referiu o método de controlo, através de tinta indelével – para evitar que os eleitores votem duas vezes -, a não-entrega sistemática de atas da votação aos representantes dos candidatos e a questão do financiamento.
A eurodeputada Ana Gomes considera que estas eleições representaram um passo na consolidação da democracia do país. “Ficámos globalmente muito bem impressionados com a administração e organização do ato eleitoral que se realizou de forma pacífica e serena. Ficámos particularmente satisfeitos com a competência demonstrada pelos membros da mesa de voto, notando que muitos eram mulheres e jovens”, afirmou.
No geral, a UE fez avaliação muito positiva em relação ao exercício das eleições; não poupou elogios ao povo e aos governantes timorenses. Mas também alerta para os riscos de corrupção via financiamento das campanhas e dos partidos políticos por interesses económicos, nacionais e estrangeiros.
Durante a visita a Timor-Leste, os eurodeputados reuniram-se com candidatos, com as autoridades eleitorais, sociedade civil, com o presidente do Parlamento Nacional e com o primeiro-ministro e ainda com outras individualidades como o ex-chefe de Estado, José Ramos-Horta e o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento.
Os dirigentes do Partido Democrático (PD), que apoiaram o segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais timorenses António da Conceição, congratularam Francisco Guterres Lú-Olo pela vitória na primeira volta do sufrágio de segunda-feira.
