Eleições Parlamentares 2017

A Fretilin venceu as legislativas timorenses de sábado com uma vantagem de cerca de mil votos em relação ao CNRT, segundo a contagem final dos boletins divulgada pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).

Segundo os dados do STAE, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), de Mari Alkatiri, obteve 168.422 votos e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, conseguiu 167.330. A terceira força mais votada foi o Partido Libertação Popular (PLP), do ex-Presidente Taur Matan Ruak, que conseguiu 60.092 votos , seguindo-se o Partido Democrático (PD), com 55.595 votos e o Khunto, com 36.546 votos.

Estes cinco partidos mais votados irão constituir o Parlamento Nacional onde há 65 lugares a serem atribuídos. Ainda é cedo falar de números exatos de assentos  pelo que a Embaixada irá publicar esta informação logo que confirmada.

Em termos regionais, a Fretilin venceu nos três municípios do leste – Baucau, Lautem e Viqueque – e no enclave de Oecusse, ficando em segundo lugar nos restantes municípios, com exceção de Covalima, onde foi a terceira força mais votada.

O CNRT, por seu lado, venceu em Aileu, Ainaro, Bobonaro, Covalima, Díli, Ermera, Liquiçá, Manatuto e Manufahi, ficando em segundo em Lautem, Oecusse e Viqueque e em terceiro em Baucau. Já a estreante e agora terceira força política do país, o Partido de Libertação Popular (PLP), ficou em segundo lugar em Baucau e em quarto em Aileu e Lautem. Baucau deu a melhor votação ao PLP (30,12%).

O Partido Democrático (PD) obteve o seu melhor lugar em Covalima, onde foi segundo, ficando em terceiro em seis municípios e em quarto em três.

Igualmente estreante no parlamento, o Khunto ficou em terceiro em Aileu e Viqueque e em quarto em sete municípios.

Votaram 583.956 eleitores, ou 76,74% de todos os recenseados, com a maior taxa de participação a registar-se em Aileu (85,68%) e a mais baixa na capital (74,64%).
Os resultados finais têm ainda de ser certificados pelo Tribunal de Recurso.

A missão de observação eleitoral da União Europeia disse que as legislativas de sábado em Timor-Leste foram credíveis, transparentes e bem organizadas, sem incidentes ou irregularidades graves. “Felicitamos o povo de Timor-Leste e as instituições pela realização pacífica destas eleições e aos seus partidos por terem facilitado a paz”, afirmou a eurodeputada basca Izaskun Bilbao Barandica, chefe da missão de observadores europeus.

“Foram eleições bem organizadas com um quadro legal adequado, credíveis, inclusivas e transparentes (…) do processo de votação até à jornada eleitoral, contagem e tabulação de resultados”, disse ainda.

Barandica falava numa conferência de imprensa em Díli de avaliação preliminar do processo de realização das eleições legislativas, onde destacou que as autoridades eleitorais, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) foram “eficientes e pontuais”.

No entanto, alguns aspetos, entre os quais a falta de regras adequadas relativas ao financiamento dos partidos, ainda terão de ser melhorados.

Segundo a  Eurodeputada Ana Gomes, que liderou a missão do Parlamento Europeu,  é essencial que as autoridades “estabeleçam limites aos donativos” e “lidem seriamente com a questão da transparência das fontes de financiamento”.

A UE diz que se respeitou a liberdade de expressão, associação e reunião, com “pequenas queixas” de questões menores.

Um grupo de 26 observadores estiveram, em grupos de dois, nos 13 municípios do país, com a equipa a aumentar para 45 incluindo um delegação do Parlamento Europeu, liderada pela eurodeputada portuguesa Ana Gomes.
A missão vai agora preparar um relatório final mais alargado a apresentar em setembro.

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